O autor José Antônio Martinuzzo em seu livro Seis questões fundamentais da comunicação organizacional estratégica em rede, Editora Mauad, 2013, usa o clássico modelo do lead jornalístico para nos conduzir, de maneira objetiva, a conhecer os aspectos relevantes do cotidiano da comunicação organizacional praticada atualmente. O livro busca, como mencionado no prefácio, ser um guia prático para os profissionais e estudantes da área e nessa perspectiva responde às perguntas O que? Por que? Como? Quem? Onde? Quando? enquanto costura conceitos e temas para promover o entendimento holístico de uma atividade que é, por natureza, multidisciplinar e integra horizontalmente as ferramentas da comunicação de marketing: publicidade e propaganda, jornalismo e relações públicas.
No primeiro capítulo o autor responde à pergunta O que? ao perpassar definições sobre: a comunicação nas organizações, a imagem como percepção da identidade, o posicionamento e o poder até chegar a uma lista com treze potenciais barreiras aos processos de comunicação configuradas no comportamento e no ambiente organizacional. Ele defende a atuação direta dos gestores da comunicação em nível estratégico junto à diretoria, na construção das decisões que orientam à instituição; além de respaldar as atividades do setor em recursos financeiros expressivos, debates e processamentos prioritários para uma comunicação efetiva junto aos públicos de interesse.
Para responder o Por que? dos esforços de comunicação, Martinuzzo evoca os conceitos de midiatização que sugerem a rede midiática como base para a referenciação da realidade e afirmam a marginalização e incapacidade de exercer poder dos que ficam de fora. A máxima de que “produzir-se comunicacionalmente equivale a existir”, aliada a um mercado disputado e cheio de consumidores cada vez mais conscientes, cria um ambiente saturado de informações de empresas que buscam aproximação e relacionamento com o público.
Na análise do Como? foi destacada a necessidade primária de estabelecer métodos e estratégias para a operação da comunicação organizacional. O autor propõe o conceito de Comunicação Organizacional Estratégica em Rede (Coer) que se divide em dois grandes escopos: institucional (comunicação interna e externa) e mercadológico. Esse paradigma fomenta o uso de organograma e de divisão de tarefas articuladas e integradas, porém não exclui a possibilidade de empresas trabalharem a comunicação de maneira mais pragmática e direta, mas alerta sobre riscos como desarticulação, incoerência e desperdício de recursos. São onze ferramentas “básicas” destacadas pelo autor; seis ferramentas em Comunicação Institucional Interna; nove de Comunicação Institucional Externa e oito de Comunicação Mercadológica, além de sugestões de planos de comunicação e contingência de crise.
Na questão Quem?, o autor enfatiza o caráter multidisciplinar do comunicador. O responsável pela comunicação deve ser alguém com visão completa dos diferentes processos comunicacionais, além de inovador, resoluto, dinâmico e inspirador. Deve ser ético e produzir a imagem da instituição com devoção à verdade factual identitária da mesma. Na explicação sobre Onde?, Martinuzzo consolida a sociedade em rede como o local efetivo das trocas comunicacionais transmidiáticas e dialógicas, considerando que os pilares somos nós interconectados por meios, tanto digitais, quanto analógicos. E, finalmente, em Quando?, conclui-se o que autor chama de óbvio: o quando é sempre e ininterruptamente.
Uma breve reflexão sobre a aplicação desses conceitos na prática
Ao trazer os pontos de vista do autor para minha realidade percebida, posso concordar com diversos argumentos, em particular, o da multidisciplinaridade sinérgica na comunicação empresarial. Mesmo sendo responsável pelas atividades de Assessoria de Imprensa e Comunicação On-line, preciso atuar integrada aos trabalhos de Publicidade e Relações Públicas, pois isso me é demandado pela estratégia de Marketing e gera resultados positivos na conclusão de cada projeto.
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